segunda-feira, 11 de junho de 2012

Samuel Rangel: um breve histórico de vida



Por Gláucia Pereira Sales

Nascido em março de 1937, no interior de São Paulo, negro, filho de família pobre que lutou com muitas dificuldades, mas sempre norteada pelo Evangelho.

O seu pai era pedreiro e trabalhou na construção do templo da Igreja Metodista em Pinheiros. Samuel ajudava o pai neste ofício. Desde criança era assíduo participante da Igreja Metodista. Quando adulto, assumiu várias funções e liderança na Igreja.

Samuel não se casou. Por muitos anos viveram ele e o irmão, também solteiro. Mas isso não fez dele alguém solitário. Sua simpatia fez com que ele tivesse sempre muitos amigos e família - a família do coração, a família da fé.

Sempre bem humorado, brincalhão e ativo, destacava-se pela sua cordialidade e preocupação com o semelhante. Formou-se técnico em Assistência Social, trabalhou vários anos na Associação Evangélica Beneficente (AEB).

Frequentemente gaguejava. Nem isso e nem o preconceito contra sua raça o intimidavam de falar em público ou com autoridades, pleiteando direitos dos menos favorecidos. Essa sua militância na área social ofereceu grande contribuição ao Centro de Convivência Otoniel Mota (CECOM) (serviço para idosos), da AEB e à fundação do Centro Comunitário Metodista de Capão Bonito (serviço de creche), da Igreja Metodista.

Samuel sempre incentivou os demais membros da Igreja Metodista para desenvolver atividades e projetos sociais. Incomodava-se de ver a igreja fechada. O sonho dele era que a Igreja montasse uma casa de convivência para idosos. A vontade do Samuel somada à de outras pessoas da igreja Metodista, motivadas pela teologia de João Wesley (fundador do metodismo), que afirmava não entender uma religião sem a preocupação social, levou à concretização do que hoje é o Projeto Samuel Rangel.

O grupo de Ação Social da igreja passou a reunir-se para planejar e traçar as estratégias do centro de convivência a partir das aulas de artesanato que já existiam entre as mulheres. Nesse processo, a saúde de Samuel foi abalada (problemas renais e respiratórios) e, em agosto de 1997, faleceu sem ver o início do projeto.

No início de 1998 o núcleo de convivência saiu do papel e tomou forma com as atividades. Pelo exemplo de cidadania e de vida cristã que ele deixou, a Igreja Metodista em Pinheiros, decidiu, em homenagem póstuma, conceder o nome dele ao projeto. De igual modo, por ser um musicista dedicado, em 2010 o coral formado por idosos do Projeto Samuel Rangel também ganhou o nome dele Coral Samuel Rangel.

Louvamos a Deus pela vida e o exemplo de Samuel Rangel. Desejamos que ele inspire as pessoas a amar e servir a Deus, amando e servindo ao próximo.